Esta exposição surge como reflexão do Desenho numa relação directa com os actos performativos quotidianamente adquiridos.
Parti daquilo a que chamo desenho coreográfico como uma forma de fixar um movimento do corpo, ou um pensamento acerca desse movimento.Pequenas e grandes acções foram estudadas e levadas até à exaustão, num processo de construção de códigos que se instauram no momento da sua execução e vão gerando a própria linguagem do desenho.
O gesto passa a ser um elemento primário neste processo. O corpo funciona como motor do Desenho, que memoriza, que repete, que transfere, que limita, que implica, que exemplifica…
Biografia
Mestre em Prática e Teoria do Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Licenciatura em Artes Plásticas pela ESAD C.R. (Escola Superior de Artes das Caldas da Rainha). Nos últimos dois anos tem colaborado com diferentes estruturas de Arte Contemporânea, onde destaca o trabalho desenvolvido no CENTA [Centro de Estudos de Novas Tendências Artísticas] no âmbito da coordenação e produção de projectos de criação e formação artística. Na área da criação tem realizado várias exposições e comunicações sobre o seu processo criativo.
Actualmente coordena o serviço educativo do balleteatro no Porto e colabora com o CCVF em diversas oficinas de formação em Artes Visuais.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Residências Artísticas na COAC
A Casa Oficina António Carneiro, edifício que foi simultaneamente morada e atelier de um dos mais notáveis pintores português da viragem dos séculos XIX-XX (viveu entre 1872-1930), está agora transformado num equipamento que irá acolher um programa de artista em residência comissariado pela FBAUP.
De acordo com o protocolo firmado entre a CMP e a FBAUP, alunos e recém-licenciados dos vários cursos da FBAUP, irão ocupar a antiga ala residencial da Casa Oficina como espaço de atelier. A partir deste espaço, irão produzir projectos expositivos directamente relacionados com o espólio de António Carneiro e o espaço museológico que acolhe o programa de residência artística. Através desta ocupação de curta duração (3 meses), pretende-se que a Casa Oficina António Carneiro se torne uma vez mais num espaço de produção artística aberto a 6 participações a decorrerem entre Dezembro de 2009 e Dezembro de 2010.
Cada programa de artista em residência para dois participantes em simultâneo encerrará com uma mostra ou instalação.
Os alunos e ex alunos residentes serão igualmente convidados a calendarizar um momento de abertura das oficinas e do seu atelier onde poderão mostrar e conversar sobre os conceitos e ligações entre o projecto em desenvolvimento e a obra de António Carneiro.
Os artistas convidados a participar neste programa são:
Janeiro a Março de 2010 – Francisco Chendo e Domingos Loureiro
Abril a Junho de 2010 – Michelle Domingos e Tiago Cruz
Setembro a Dezembro de 2010 – João Ovelha e Lara Soares
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Ao fim de algum tempo voltamos em força!!!
Residência artística do projecto MAPAPROVISORIO nas instalações do BALLETEATRO. Entre 2 e 12 de Agosto o colectivo de artistas esteve no Porto a preparar a próxima apresentação do projecto prevista para inícios de 2011, no ESPAÇO CAMPANHÃ.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
TODOS EM VOLTA DA MESA, COMEMOS, BEBEMOS, RIMOS E CHORAMOS... TROCAMOS OLHARES. O TEMPO PASSA... BOAS FESTAS A TODOS!!!
domingo, 22 de novembro de 2009
APRESENTAÇÃO PROJECTO MAPAPROVISORIO
Lara Soares apresentou na Galeria ASVS o projecto mapaprovisorio no Sábado, 14 de Novembro, pelas 16.00h.
Entre 17 de Setembro e 15 de Outubro esteve patente a exposição "O Desenho em Reserva", Comissariada por Paulo Luís Almeida, na Biblioteca de fundo antigo da Universidade do Porto.
O DESENHO EM RESERVA
Em 1881, durante a sua permanência em Paris, Henrique Pousão realizou uma academia de um modelo negro sentado, que deixou incompleta. O desenho que hoje vemos na colecção da FBAUP parece mergulhar-nos no carácter privado das fases da sua realização: a cabeça e o torso perfeitamente modelados em carvão com o esfuminho, enquanto as pernas quase não existem, a não ser pela breve anotação dos contornos que foram espanejados para retirar o carvão em excesso, à espera da imagem prevista.
A imposição da folha de papel e a força cromática do branco, em oposição ao traço negro do desenho, cria o efeito visual de uma ausência relativa, marcada pela recordação ou pela expectativa. A este espaço de inacabamento e antecipação, que parece marcar a própria natureza do desenho, chama-se reserva.
Como outros termos que usamos para nomear o desenho — arrependimento, por exemplo — também este é um termo confiscado de um contexto normativo. Reserva, na acepção jurídica da palavra, significa "pôr à parte num contrato um direito que não se quer exercer de imediato, mas que pode ser reivindicado mais tarde". No desenho, a reserva identifica a manipulação deliberada dos espaços vazios da imagem, adiando para mais tarde o seu preenchimento e a sua conclusão; é a suspensão de um gesto que conserva o espaço para eventuais alterações.
Para além da acepção mais pragmática que pode ter — evidente, por exemplo, nas práticas da gravura e da estampagem — a reserva é também um modo de expressão. As imagens e os espaços mudos da reserva traduzem a vontade deliberada de não terminar; mas são também as estratégias de uma retórica visual que, mediante a elipse da imagem, permitem que as coisas estejam sem estar, sejam ditas sem ser pronunciadas, se mostrem sem ser mostradas.
Esta exposição, inserida nas comemorações dos 150 anos do nascimento de Henrique Pousão, propõe um percurso interrogativo sobre as definições, apropriações e usos da reserva nas práticas contemporâneas do desenho. Organizada a partir de trabalhos desenvolvidos durante as últimas edições dos mestrados de desenho da FBAUP, «Desenho em reserva» apresenta-se no duplo propósito que esteve na sua origem: por um lado, explorar o campo semântico da reserva no exercício expandido do desenho, uma exploração eminentemente prática, informada pelo percurso artístico de cada autor, e cujos resultados se comunicam enquanto objecto visual; por outro lado, propor uma reflexão aberta e consequente sobre a convergência e os conflitos entre a prática artística e os espaços da investigação.
O projecto mapaprovisorio é um projecto artístico que pretende afirmar uma plataforma de investigação experimental colocando frente a frente as problemáticas da Arte Contemporânea. Estruturou-se no formato de residências de criação/reflexão, nas quais, os criadores convidados desenvolveram os projectos e onde relacionaram as suas práticas experimentais individuais O culminar desta primeira fase, teve lugar numa apresentação pública, nos dias 13 e 14 de Setembro de 2008, no evento CENTAMOSTRA. A exposição esteve patente ao publico na Tapada da Tojeira em Vila Velha de Ródão até ao passado, dia 30 de Setembro. Toda a reflexão e debate em torno das problemáticas de investigação de cada criador, terá espaço na publicação a editar e no plano curatorial previstos para 2009.
Ficha técnica Direcção Artística
Lara Soares Criadores: Ana Trincão, André Banha, João Bento, Lara Soares e Rute Magalhães . Consultoria Artística: Paulo Almeida
Produção CENTA – Centro de Estudos de Novas Tendências Artísticas (2007/2008) Lara Soares (2009) Contactos Lara Soares / 91 4846880 / lara.natacha.soares@gmail.com ou mapaprovisorio@gmail.com
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Projecto (R)existir 2008
Projecto pluridisciplinar, de formação e criação artística contínua, desenvolvido há sete anos no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco, concebido e coordenado pela coreógrafa Filipa Francisco.
Tem como objectivos a promoção da criatividade e a reflexão sobre a relação entre a arte e a vida, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e interpessoal. A metodologia baseia-se no cruzamento entre as artes performativas, as artes plásticas e a escrita, cujo objectivo final passa pela construção de um espectáculo a ser apresentado publicamente.
A prática é dividida em três fases: dramaturgia/exploração, composição e montagem/ensaios e apresentação do produto final.
Em 2008 a artista convidada, Lara Soares desenvolveu com os reclusos – 5 elementos do sector masculino – um trabalho de grande componente visual e performativa.
Concebeu-se a peça MARCAS estreada a 16 de Setembro no Estabelecimento Prisional, onde o corpo é o ponto central. Um corpo que assume uma conduta comportamental especifica, que se trabalha como um todo, pela soma de todas as partes. Um corpo que explora a gestualidade implicada na experiência de estar privado.
As marcas corporais, a ideia de disciplina do corpo, o controlo sobre os gestos, o tempo implicado na acção diária, são conceitos de trabalho que tentam por em relação este corpo com os objectos que manipula.
Este corpo, foi explorado ao longo do período de formação contínua e de forma autobiográfica cada elemento do grupo apresenta a sua história. A peça é dividida em 5 partes fundamentais construídas de forma não narrativa, mas que apresentam uma linha condutora de um sentido colectivo. O espaço onde a peça acontece é transformado numa espécie de câmara escura, onde a nossa percepção vai atender ao mínimo detalhe, numa construção global dos sentidos.
FICHA TÉCNICA Direcção Artística – Filipa Francisco Criação – Lara Soares Co-criação –
Carlos Graça Hélder Paixão João Ansseriz Miguel Sá Lopes Sívan Bandel Música – Joana Sá e Luís Martins Edição vídeo – Ana Trincão Produção e financiamento – CENTA Parceria – EPCB – Estabelecimento Prisional de Castelo Branco Mecenas – Câmara Municipal Castelo Branco Contactos -
#1 cicatriz (pormenores), papel rasurado com ponta metálica, papel quimico, 29,6 x 21cm, 2006
As relações semânticas entre a pele e o papel, são o meu ponto de interesse. Ambas são superfícies, revestimentos e estão ligados à ideia de "estender", horizontalizar, no sentido em que se estende uma determinada superfície. De que forma a inscrição no papel se assemelha à intervenção corporal? Procuro aprofundar a ideia de marca corporal, utilizando os meios e as ferramentas do desenho para atingir determinados objectivos. Eles determinam o resultado e constroem o Fazer do desenho.
sábado, 18 de outubro de 2008
O projecto mapaprovisorio é um projecto artístico que pretende afirmar uma plataforma de investigação experimental muito específica, colocando frente a frente as problemáticas da Arte Contemporânea com o tecido social envolvente, foi integrado pelo centa como uma das actividades do plano anual do NAC [Núcleo de Arte Contemporânea]. Estruturou-se no formato de residências de criação/reflexão, nas quais, os criadores convidados desenvolveram os projectos e onde relacionaram as suas práticas experimentais individuais.
Temos contado com a colaboração do consultor Paulo Almeida (docente na FBAUP – Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto) que acompanhou os criadores ao longo de todo o processo de trabalho.
O culminar desta primeira fase, teve lugar numa apresentação pública, nos dias 13 e 14 de Setembro de 2008, no evento CENTAMOSTRA. A exposição esteve patente ao público na Tapada da Tojeira/ Salgueiral em Vila Velha de Ródão até ao passado, dia 30 de Setembro. Toda a reflexão e debate em torno das problemáticas de investigação de cada criador, terá espaço na publicação a editar e no plano curatorial previstos para 2009.